20 minutos, 50 minutos, 2 horas.
Já eram quase 10 horas da manhã e eu ainda estava parada na frente daquele
prédio, sozinha, esperando a bendita reunião acabar. “Por que não podem ser
mais objetivos”, eu enviava uma mensagem de texto para minha melhor amiga, mas
nem ela aguentava mais minhas lamentações. Foi então que ele apareceu. Um
garoto todo sorridente e desajeitado, mas até que parecia ser simpático.
- O que você está fazendo sozinha
aqui? – Ele perguntou tentando quebrar o gelo, já que minha expressão não era
muito agradável.
- Estou esperando meu pai sair de
uma reunião. – Respondi enquanto ainda olhada para o celular, esperando que meu
pai ligasse avisando que já estava descendo.
- Ah, então eu vou ficar aqui com
você! Meu pai também está lá. – Ótimo, pensei! Uma companhia era tudo o que eu
precisava.
- Obrigada... – fiquei olhando
enquanto esperava ele dizer seu nome.
- Paulo. E você é? – quando ia
responder, avistei meu pai bem de longe.
- Olha ali meu pai. Adeus Paulo! –
saí correndo ao encontro do carro. – A propósito, meu nome é Melina. – Ele deu
um breve sorriso e gritou:
- Me adiciona no facebook! Eu vou
ser um único com um sorriso colgate gigante, não tem como não reconhecer. – E então
eu nunca mais vi seu rosto de novo, até semana passada.
Conversa vai, conversa vem, ele
me contou tudo sobre sua vida e seus amigos, principalmente seu melhor amigo,
até que por alguns problemas de relacionamento, nós nos afastamos.
Um certo dia, após passar no
vestibular da minha tão sonhada faculdade, algumas pessoas me chamaram para ir
a um restaurante legal da cidade. E ao entrar no local, eu me deparo com aquele
melhor amigo dele.
- Aquele menino está com a gente?
– eu sussurrei para a pessoa do lado – Ele me odeia! Inventa uma desculpa,
estou indo embora.
- Ow, gordo! Por que você odeia a
morena aqui? – eu congelei. Passar vergonha não era uma das minhas coisas
favoritas de se fazer em um lugar novo.
- Como assim eu odeio ela? – ele veio
correndo ao meu encontro – Ah, acho que eu te conheço! Mas fica tranqüila, eu
não te odeio por causa daquilo não – ele deu uma gargalhada, e eu fingi um
sorriso também.
Depois de um tempo entre o ódio e
o amor, esse tão agradável rapaz se tornou um dos meus melhores amigos, me
dando carona, se escondendo de mim quando me encontrava em algum outro lugar, e
jurando sempre me fazer passar vergonha quando me encontrasse.
Andressa Oliveira
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