Incoerente.O que eu vejoDesprezoO que eu queroEsperoSe não sei se valePergunto o preçoNão peço,Antes desmereço.Se pudesse viveria enfimSem ter que me venderPor grãos e cereaisPra quem paga, praga,Draga a droga,como animais.Se vendem, se compram,Se lucram, se enchem,tornam a venderAqui, desejo, consumo,Pretendo e estendo até de mimO que posso pagar,levar e comprarQue se faça um clássico!Que se venda esta arte.Desate, desprenda, deslivre-se.Que o que faço me faça.No entanto.No entanto.No entanto.Sem promessas.Apenas que não olhem por cima,de cima, para baixo.Que me vejam pela frente.Aliás,Que olhem para cima.Ainda que todos tenham,Que eu sempre seja.Que coerência não seja simplesmente não ter um iPhone.contra o consumismo, mas "enviado de meu iPhone"Luiz Henrique
Luiz Henrique F. Cunha é professor e escritor tem um blog http://luizhenrich.wordpress.com Seu livro novo tem um site: http://historiade50metros.com
Antes de você aparecer eu vivia um eterno clichê entre está perdida e sozinha.
Toma esse gole de drama que acabei de lhe servir, está quente do jeito que você gosta.
As águas deste rio me lembram que as últimas horas, passadas em tua companhia não vão voltar, e isso não me assusta.
As luzes da cidade brilham com a mesma intensidade que uma chama alta e densa.
Cada passo que dou me esqueço da tristeza que foi embora do meu coração.
Olho ao redor e a magia de instantes que pensei que a minha companhia era a única no mundo some.
No quintal encontrei uma paisagem que denota meus sentimentos mais complexos, profundos como um verso de uma canção de dor.
Passe as mãos em meu cabelo e me dê um cheiro, hoje estou precisada de um carinho.
Olha esse tempo bom e vem ficar comigo, as melhores alegrias da vida ocorrem ao amanhecer.
Minha respiração está ofegante, corri para o melhor lugar desta cidade perdida, senti os primeiros raios de sol me abraçando com um aconchego ao me colocar no colo.
Sem que o animal tivesse tempo para reagir, avançou e torceu o pescoço do bicho e não largou até sentir vazios os pulmões do animal. Ao lado, chorou sobre o corpo de sua criança morta por uma fera. Haviam sinais de luta, as mãos da pequena criança estavam machucadas, com muito sangue. Num instante de lucidez, percebera que havia uma faca na porta de um dos quartos. Sorriu em meio ao desespero, entendeu que o filho lutou pela vida, se armou, foi bravo. Levantou-se e foi em direção a porta. Quando abaixou para pegar o objeto, seus olhos seguiram os rastros de sangue quarto adentro... Um par de botas enormes. Seguido por calças pretas e uma jaqueta escura. O cadáver também tinha os cabelos mal-cortados e as unhas enormes.
Lembrou-se dos momentos em que o garoto e o bicho brincavam e sorriam. Sim, o animal sorria. Há na natureza uma pureza que perdemos com o tempo. Parece que a vida civilizada, moderna, ou como quiser chamar, nos rouba a alegria. Os bichos sempre nos lembram que a vida é pra viver, não só pra ganhar.
Entendeu.O garoto havia sido vítima de outro bicho. Um homem. E ele matara um inocente. O pobre animal havia lutado para salvar sua criança, por isso estava também coberto de sangue. E ele, também um homem, feriu um ser sem que este pudesse se defender. Compreendeu ali que, ser humano, não era motivo de orgulho. Decidiu que devia morrer e fazer justiça, diminuir a humanidade. Com a mesma faca, cortou-se, esvaziando, enfim, seu corpo. Com os olhos prestes a fechar para sempre, viu sua criança abrir os olhos...