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A noite é uma criança

- Papai, posso ligar o computador?
- Não.
- Então posso assistir tv?
- Pode.
- Posso assistir novela?
- Não.
- E as Chiquititas?
- Não sei.
- Ah... posso ligar na Disney?
- Pode ser.
- Tô assistindo desenho.
- Ok!
- Assiste comigo?
- Claro, filhão.
- Pai, porque existe os desenhos?
- Ué, porque sim.
- Você diz que porque sim não é resposta.
- Mas agora é.
- Ahn?
- Deixa quieto
- Papai!
- Oi?
- Que hora é agora.
- Hmm... hora de desligar.
- Mas já?
- Sim!
- Boa noite!
- Boa noite!
- Pai eu posso ir pr...
- Já pra cama!
- Qual cama?
- Pra sua cama.
- Paaai! Quero leite!
- Não é hora de tomar leite.
- Mas eu quero.
- Mas não vai. Vai deitar!
- Então conta uma história, conta, papai?
- Tudo bem, eu conto.
- Ebaaaa!
- Vou começar. Era uma vez... fim!
- Que legal essa história! Conta outra!
- Ah não. Outra não. Feche os olhos e dorme.
- Não tô com sono.
- Tá sim, filho.
- Não tô. O que faço pra dormir?
- Fecha a boquinha e conta carneirinhos que vai dar sono.
- Mas como vou contar com a boca fechada?
- Abre a boca só pra contar carneirinhos.
- Mas se eu ficar falando não vou ficar com sono.
- Vai sim. Dorme!
- Tô com frio!
- Cubra-se com o lençol
- Tem monstro embaixo da cama?
- Não, não tem monstro.
- Eu tô com medo, papai. Você vai apagar a luz?
- Claro que vou apagar a luz.
- Por que?
- Pra você dormir.
- Mas não tô com sono!
- Tá sim! Vai logo, criatura!
- Você gritou comigo?
- Não, papai não gritou com você.
- Gritou sim!
- Não. Eu gritei perto de você.
- É a mesma coisa.
- Não é! Filho, papai está com sono.
- E porque não dorme nessa cama?
- Porque essa cama é sua.
- Você vai dormir onde?
- Ué, papai vai dormir na cama dele.
- Aaaaaah... conta outra história? Por favor! Por favor!
- Tudo bem. Só mais uma história.
- Obaaaa! - Era uma vez...
- De novo essa história, papai?
- Não, não é a mesma história.
- Porque tem era uma vez?
- Porque todas histórias começam assim.
- Conta uma que não começa assim.
- Chega! Sem mais histórias.
- Tá bom. Já tô com sono. Pode ir pro seu quarto, papai.
- Graças a Deus!
...

- PAAAAAPAAAAAAAAAAAAAIIII!
- O QUE FOOOOOOI? ...
- Eu te amo muito, tá?
- Eu também te amo, filhinho!
- Agora conta outra história?
- SEM HISTÓRIAS! Até amanhã!


Diego Luque
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_entre_

vez ou outra existe algo 
entre meus dedos e as teclas.
não sei nomear, 
apenas sei que está ali
ativo,
pronto,
a boca aberta
devorando cada tentativa de dizer o que quero.

vez ou outra o mesmo acontece 
com você,
conosco,
mil coisas borbulhando
quente,
ácido,
pulsante,

cortante,
pronto pra ser entregue aos seus olhos,
ouvidos,
sentidos
e o algo que fica entre meus dedos e as teclas
vez ou outra fica entre nós.

Pacientemente você sabe.
reconhece.
sente o impasse.
não diz nada.
não cobra nada.
apenas me olha,
sorri.

é quando te alcanço mesmo limitado
é quando te digo mesmo sem dizer
é quando te faço ler sem ter escrito coisa alguma.

Ellion Montino
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Incondicionalmente

Eu te amaria quando tudo no lado de fora fosse cinza, ou quando o sol tomasse conta do tempo. Eu te amaria quando você estivesse no mais fundo poço, ou quando estivesse no mais alto topo da sua vida.

Eu te amaria quando nada fizesse sentido, ou quando você não soubesse o que fazer. Eu te amaria quando você precisasse de mim, e também quando não precisasse.

Eu te amaria no meio de uma briga qualquer, e te amaria quando estivesse voltando para casa sozinha. Eu te amaria quando suas barrerias estivessem levantadas, e te amaria quando você não soubesse colocar um fim nos seus pensamentos.

Eu te amaria no meio de qualquer discordância, e te amaria quando você não soubesse o que fazer. Eu te amaria há 300000km de distância, e te amaria quando você estivesse há 5 segundos da minha casa.

Eu ainda te amaria quando nada fizesse sentido, e te amaria quando você o sentido batesse na porta. Mas eu não posso continuar te amando quando você foi embora, e quando você escolheu que qualquer outra coisa era melhor que nós dois.

No entanto, eu ainda te amaria incondicionalmente no momento em que você aparecesse na minha porta.

Andressa Oliveira
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minha adorável namorada

Meu bem, já estou há muito tempo querendo te dizer o que vou dizer por isso, agora, então, direi. Os dias passam e os anos aumentam. Eu não sei quem aguenta tanto tempo calado, inquieto, parado. Mas eu sei que, em todo esse tempo do meu jejum da fala, o meu sentimento acumulou como acumula a mega sena até o final do ano. Muita coisa mudou aqui dentro de mim. Amor? Não sei. Tenho apenas 16 anos e ainda não consigo diferenciar os sentimentos. Mas eu gosto muito de você. Sou completamente louco por você.

Quem manda nas batidas do meu coração agora é você. Já me assustei várias vezes com os trovões aqui dentro de mim, mas a chuva era você. Vindo suave, trazendo vida pro meu campo seco. Dando firmeza ao nosso solo em dois e deixando um lindo rastro colorido no meu céu. Você é linda e me torna lindo desde o dia em que me disse sim. Que bom que você me disse sim!

Meu bem, você só me faz bem! Você cuida de mim. Antes mesmo da gente começar a namorar você cuidou de mim. Eu lembro do dia em que tínhamos que entregar um trabalho de sociologia e eu tinha feito, mas esqueci em cima da minha cama. Já estava desesperado e você veio por trás de mim, colocou a mão no meu ombro e disse: "calma, eu coloco o seu nome no meu trabalho, mas não chora não, pode ser?" Emocionado e calado eu disse "eu te amo". Nos meus pensamentos, é claro. Teve um outro dia que eu estava com muita dor de cabeça e o único remédio que você tinha na bolsa era um pra cólica. Você fez um carinho na minha cabeça e disse: " querido, toma. Vai melhorar." Eu estava com medo e com vergonha de tomar um remédio de menina, mas tomei. Só tomei porque foi você que me deu. Não sei como minha dor passou. Acho que foi o carinho que você fez.

Em todo minuto você me faz feliz! Eu não diria tudo isso pra qualquer pessoa. Só pra você. Eu amo te chamar de linda quando você se olha no espelho. Eu amo quando você fica me encarando com esse lindo olho verde. Eu me sinto numa floresta gostosa onde a chuva cai silenciosamente. E mais uma vez a chuva é você. E faz carinho em mim com cada gotinha sua. Algumas até caem na minha boca. É o melhor beijo!

Tudo que eu sinto é por causa de você! Cada curva do meu sorriso foi você que arquitetou. Cada pensamento da minha cabeça foi você que psicologou. E cada sentimento dentro de mim foi porque você me tocou. Obrigado por estar comigo! Obrigado por me aceitar! Eu quero poder te dar um novo sorriso a cada novo dia. Feliz dois dias de namoro!

Diego Luque
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palavras minguam, mas também voltam


Pois é, caros leitores Quase_6, após uma longa pausa sem explicações ou avisos, estamos aqui, de volta.

Algumas modificações ainda serão feitas na estrutura do blog, mas aos leitores de plantão regressamos na próxima Segunda.

Por hora dois textos semanais: segunda e quinta.

Quem nos acompanhava como uma rotina do dia pedimos desculpas, fomos mesmos mal-criados. Acontece nas melhores famílias.

O Blog volta a ativa com seus estilos de crônicas, contos, poesia e proza.

Toda interação com os escritores pode ser feita na página do Quase_6 no Facebook, ou por aqui nos comentários.

Com dedos ansiosos pela semana que vem, esperamos por seus olhos.

Abraços e beijinho no ombro,
Quase_6