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Velha infância


02h30 e eu estou olhando o facebook do meu primeiro amor. Tudo bem, acho que estou exagerando. Não sei se o primeiro namoradinho, que a gente teve no pré, pode ser considerado o primeiro amor. Mas aquele filme “Meu primeiro amor” diz que isso pode acontecer, ou pelo menos eu acho que sim.
O engraçado foi entrar e logo de cara ver que o sujeito está namorando. Normal, não é mesmo? Isso deveria soar como algo natural, afinal, seguimos por caminhos diferentes há um bom tempo, ninguém é obrigado a ter um relacionamento pra sempre com o tal do primeiro, mas não é que eu senti uma pontada de inveja, ou ciúmes? Não sei se era porque eu queria estar no lugar dela, ou porque aquele sentimento de “eu vi primeiro” falou mais alto.
Tá, tudo bem! Talvez eu sinta falta do meu melhor amigo da infância, e sinta falta das idas a praia, das noites de video game, das lutas de judo que eu tive que assistir, dos presentes, e da mãe dele que sempre me mimava. O legal era saber que eu podia contar com ele, para tudo! E não precisava do romance [até porque não tinha idade para isso], mas que um cuidava do outro e se preocupava. E que com o passar do tempo, quando reuníamos os velhos amigos da escola a gente sempre contava essa história.
E agora? Ainda vai ter algum encontro para relembrar mais uma vez disso tudo? Relembrar de quando eu e minhas amigas brigávamos pela sua atenção, e ele continuava com os meninos no pátio. Tudo isso era tão bobo, e tão divertido, e fofo, por ser tão inocente.
Não é do seu amor que eu sinto falta, mas da presença e da sua amizade. E não só isso. Eu sinto falta daquela inocência, a tal da “Velha infância”.
Que nós dois não vamos nos casar, eu tenho certeza desde a terceira série, mas não estou pronta para abrir mão de todas as lembranças, e dele.
Andressa Oliveira

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