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O Barulho Do Silêncio

Ouço ruídos na sala, ruídos que por tão secretos me incomodam, ruídos que me levam à ruína, ruídos que me fazem como uma menina, ruídos. Diante de tantas opções eu decido conferir o que é que tanto rui e ao me aproximar da sala a porta se abre involuntariamente. Diminuo a velocidade dos passos e, devagar e minuciosamente vou me aproximando e, torcendo para obter uma resposta positiva, pergunto:


- É você Rex? – e o maldito cachorro nem me deu moral.


O silêncio vai falando tão alto que meu medo quer aquietá-lo. Vou à cozinha, pego a maior faca, retorno à sala e reformulo minha pergunta:


- Tem alguém aí?


Aos berros do silêncio não escuto nem meu coração palpitar mais. Por alguns instantes eu achei que o silêncio tinha me silenciado. Fico minutos esperando uma reação. De repente, absolutamente do nada, a porta se fecha numa agressividade que no susto desabafei:


- AAAAAAAAAAAAAAH! 


Meu medo se transformou em gritos de alegria depois que a porta se fechou. Descobri que recebi uma visita do silêncio, mas ele já se foi.


Diego Luque

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