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A Mentira Tem A Perna Bem Longa

Já era tarde e eu estava sentado naquele sofá de couro, antigo, todo cheio de ranhuras que vovó me deu no dia em que minha cama havia quebrado, quando percebo que a lua estava ao meu lado. Acredite você ou não, mas ela estava ali toda lindona tentando me seduzir. Eu até toquei nela. Naquele momento fiquei pensando no trabalho árduo que aqueles americanos tiveram para levar um homem à lua e ela veio toda fácil para o meu lado. Com certeza a primeira lua que pisou na terra.

Eu fiquei muito tempo parado olhando para ela pensando algo bem inteligente para dizer, afinal, era a lua que estava toda nua sentada ao meu lado no sofá que agora estava na rua. Pois é, não sei como nem por que, mas agora nós estávamos sentados no sofá na rua em frente à minha casa. Ela me perguntou se eu estava me sentindo bem mesmo estando sozinho. E eu disse que não estava sozinho. Eu tenho minha família, meus amigos e tinha a lua toda só pra mim. E nesse momento, quando eu pisquei tudo mudou como num piscar de olhos.

A lua não era mais lua, eu não era mais eu e nós não estávamos mais no sofá na frente de casa. A partir daquele momento a lua se chamava Wilson, nós estávamos no meio do nada e eu era o Tom Hanks. A lua tinha razão. Eu estava sozinho. Toda aquela nossa cena de amor que estrelávamos na frente da minha casa transformou-se num náufrago. Wilson olhava pra mim com cara de bola. Ai como eu queria que ele voltasse a ser lua. E naquele momento eu dormi.

Péssimo momento pra dormir. Quando acordei estava no meio do oceano, numa água muito gelada, com um apito na boca. Eu apitava e gritava: Rose! Rose! Agora eu era o Leonardo Di Caprio e estava morrendo de frio depois do Titanic ter batido naquele maldito iceberg. Que droga de vida! Eu gritava o nome de Rose e ela gritava Jack e eu morria de frio. Vamos Rose! Dá um espaço nesse pedaço de madeira pra mim, mas nada dela se compadecer. Mulher ingrata! E eu morri. O gelo foi o meu fim.

E quando pensei que aquele realmente era meu fim me surpreendi ao ressuscitar. E muito mais surpreendente, agora eu era o Ranger Vermelho. Pô, pelo menos algo de bom me aconteceu. Eu sempre quis ser o Ranger Vermelho e agora eu era. Aquele foi o momento mais feliz da minha vida. Eu era o ranger que eu sempre quis ser e ainda pegava a Ranger Rosa. Meu maior sonho, mas é claro que eu não seria assim pra sempre.

E eu fui piscando. E toda vez que eu piscava eu ia me transformando. Eu fui o Batman, o Hulk, o Capitão Caverna, a Bela Adormecida, o Dick Vigarista, a Susan Boyle, todos os personagens de Os Batutinhas, a Pequena Sereia, o Pikachu, a Carly, o irmão dela, o Mogli, o Ronaldinho Gaúcho, a própria Lua, o Sol, o Mar, o Facebook, o Mark Zuckerberg, a minha mãe, minha tia, minha irmã, o Michel Teló, o Luan Santana, o Camaro Amarelo, e o Pinóquio. E é claro que tudo isso é mentira!

Diego Luque

4 comentários:

  1. Quando fechos os olhos posso ser oq quiser, mas ser o Bátima deve ser da hora *-*

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  2. kkkkkkkkk mto bom Ranger vermelho... Hora de morfar!

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  3. Eu sou o batman... o verdadeiro batman, não o Bruce wen, o Dim Winchester...

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  4. Rose egoísta...iuahaiuhauihauihiauh

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