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Contrato abstrato - enviado de meu iPhone

Incoerente.
O que eu vejo
Desprezo
O que eu quero
Espero
Se não sei se vale
Pergunto o preço
Não peço, 
Antes desmereço.
Se pudesse viveria enfim
Sem ter que me vender
Por grãos e cereais
Pra quem paga, praga,
Draga a droga, 
como animais. 
Se vendem, se compram, 
Se lucram, se enchem,
tornam a vender
Aqui, desejo, consumo,
Pretendo e estendo até de mim
O que posso pagar,
levar e comprar 
Que se faça um clássico!
Que se venda esta arte.
Desate, desprenda, deslivre-se. 
Que o que faço me faça.
No entanto.
No entanto.
No entanto.
Sem promessas.
Apenas que não olhem  por cima, 
de cima, para baixo.
Que me vejam pela frente. 
Aliás,
Que olhem para cima.
Ainda que todos tenham,
Que eu sempre seja.
Que coerência não seja simplesmente não ter um iPhone.
contra o consumismo, mas "enviado de meu iPhone"
Luiz Henrique
Luiz Henrique F. Cunha é professor e escritor tem um blog http://luizhenrich.wordpress.com Seu livro novo tem um site: http://historiade50metros.com









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