É muito gostoso relembrar a
infância. Momentos passageiros que ficam pra sempre na cabeça ou em qualquer
outra parte do corpo. Lembrar-se da infância dá vontade de viver lembrando...
Melhor ainda é pensar que a nossa
única obrigação era ir pra escolinha e não fazer xixi na cama. Mas hoje nem
ligo se acordar um pouquinho molhado, até porque estou velho o suficiente pra
me levantar de madrugada e ir ao banheiro. Quando falo de infância eu penso em
amigos. Criança sabe fazer amigos. Isso não se discute. Tanto sabe que existem
os chamados amigos de infância. E as amizades que se fazem de pequeninos são
mais que verdadeiras. Não menosprezo aqui os amigos mais recentes, amigo é
amigo. Mas os de infância...
Eu tenho um amigo assim. Não vou
dizer o nome dele, mas ele é o colunista de terça do Quase6. (Ah! sim, esse
texto é bem pessoal.) Lembro-me dos dias de moleque mijado. Ele era o cara que
eu queria ser. Queria tanto que eu o imitava. E eu o imitava tanto que isso o
irritava muito. Mas era o meu melhor amigo, eu precisava ser igual a ele! Ele
comprava um carrinho, eu ia e pegava um da mesma cor. Comprava uma luva
colorida, e eu também tinha que ter a minha. Eu até morei nas mesmas cidades
que ele, só que isso não era minha culpa. Ele era o melhor pra mim, e ainda é. Ele
vivia lá em casa, aaah e como eu queria que ainda vivesse lá.
A gente brincava de tudo,
futebol, barata no ar, polícia e ladrão, aquelas brincadeiras com o nome
repetido, mas o melhor era o lego. Com certeza a gente moraria em uma casa de
lego. Como era incrível montar aqueles monstruosos castelos com ele. Cada
pecinha construída construía uma amizade com algo mais firme que o lego, mas
tão divertido quanto. Ele me protegia sempre. Um escudo de lego? Talvez. Mas
ele era um irmão mesmo. Meu amigo. Meu melhor amigo.
O fato mais recente e mais
marcante na minha memória foi sair do meu estado pra encontrá-lo em outro
estado que não era o dele. Foi o abraço mais gostoso e o susto mais apaziguador
que já levei. No meio de cinco mil pessoas ele me achou. E eu também o acharia
porque ele é único. Meu amigo, meu melhor amigo.
É muito bom relembrar esses
momentos. Reviver cada pedacinho de lego que já construí. Eu amo relembrar a
minha infância, até porque meu amigo está lá. Mas graças a Deus, também gosto
de viver o presente porque aqui ele também está.
Diego Luque
Parabéns meu querido! Vc escreve muito bem. Sou tua fã.
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