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Sem



Sem que pudéssemos escolher. Sem que fosse possível evitar. Sem que, ao menos, completasse a sintaxe básica, o ordem direta... A vida passou sob suas retinas. Era o instante. Por um fragmento de tempo, viveu o presente. O que havia sido e o que sempre quis ser pareciam estar, agora, separados por uma fenda. Uma enorme fenda no meio de uma floresta que jamais existiu.

Como as peças de um jogo sendo guardadas após o término da partida, percebera a inutilidade da vida. Pudera. Todos os conselhos foram esvaziados. As palavras bonitas, só palavras bonitas. Que é a vida? - perguntava-se insistentemente.

O desespero de se viver o presente está na angústia de não saber o que esperar. A vida imprevisível. Tudo muda de repente. "Não mais que de repente?" E, o que lera, o que buscara, parecia agora estar próximo. Todos procuramos o sentido-palavra. Quem inventou a palavra?

Sem que pudéssemos perceber, tudo isso passava pela cabeça daquele maldito ser. Odiávamos desde seu nome. Não compreendíamos. Nem queríamos. Arrastamos seu corpo para o meio da avenida. Sem.



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