"Um coração não é um lar se não estiver junto daquele com quem se passou a tempestade".
Ele sempre me dizia isso, e eu acho que nunca entendi, até o dia que me deparei com um coração completamente sozinho depois da última tempestade.
As coisas sempre foram equilibradas entre nós. As brigas aconteciam, mas os momentos felizes e o amor eram superiores a qualquer coisa. Era como um círculo sem fim. Eu sempre voltaria para você e você pra mim, desde o primeiro dia.
Você passava por aquela pequena loja de CDs no final da rua, e resolveu entrar para verificar se o novo álbum da sua banda favorita tinha chegado, mesmo sabendo que aquela loja não tinha coisas novas. Sua camisa xadrez azul e sua touca cinza me chamaram atenção, mas sua mente foi mais rápida que a minha.
Nós trocamos algumas poucas palavras, e elas se tornaram frequentes com o passar dos dias, que depois se tornaram encontros, e em algum momento nesse meio tempo eu havia entregado meu coração a você. E ele tinha sido muito bem cuidado por você até ontem, o dia de maior ventania na cidade.
Do lado de fora parecia que havia começado uma guerra. Mas dentro, era como se ela estivesse acabado. Tudo estava em pedaços, e infelizmente você foi embora sem ajudar a reconstruir os pedaços.
A carta que você deixou não foi suficiente para me fazer entender o que aconteceu, mas algum dia eu vou entender o que aconteceu durante a tempestade. É difícil explicar ou compreender o que nem eu entendi. Quem sabe um dia eu consiga juntar os pedaços e escrever mais uma vez sobre isso, mas por enquanto, eu deixo a minha pequena confusão.
Andressa Oliveira
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